Sunday, 28 March 2010

The Waters of March in Quebec and Brazil -- by Mary Soderstrom, Tom Jobim & Elis Regina

Mary Soderstrom's blog Recreating Eden is a constant delight. Here are some samples:

13 March: Once upon a time this stream ran down the north side of Mount Royal to pool in Outremont, forming bogs which have since been transformed into Outremont and Saint Viateur parks. Now it runs through concrete pipe for some of its route, but in places it still sees the light of day. The photo was taken in Mount Royal cemetery where it is allowed to meander a bit. This morning, despite temperatures below freezing, there was no ice on it as it burbled away. More signs of spring.

16 March: Snowdrops in the front yard. When these started to show their heads a week ago, I was delighted to see that they've spread. Another triumph of Darwinian gardening! (That is: what will grow, will grow. Won't won't, we won't worry about.)

3 March: The first time I heard the excellent song "The Waters of March" by Tom Jobim, the rushing streams of spring were what I thought of, but now I realize that the waters referred to are really the fall rains after the Brazilian summer. Peu importe, as they say around here. It's a great song and very appropriate.
[Sung by Elis Regina (1945-82) -- nicknamed "furacão" ("hurricane") and "pimentinha" ("little pepper") -- Brazil's equivalent of Billie Holiday. Jobim's musical structure echoes the downward flow of drops, streams, gathering into rivers: the end of a season or a life, and the promise of renewal. - Ed.]

Lyrics

Águas de Março

É pau, é pedra,
é o fim do caminho
É um resto de toco,
é um pouco sozinho

É um caco de vidro,
é a vida, é o sol
É a noite, é a morte,
é o laço, é o anzol

É peroba do campo,
é o nó da madeira
Caingá candeia,
é o matita-pereira

É madeira de vento,
tombo da ribanceira
É o mistério profundo,
é o queira ou não queira

É o vento ventando,
é o fim da ladeira
É a viga, é o vão,
festa da cumeeira

É a chuva chovendo,
é conversa ribeira
Das águas de março,
é o fim da canseira

É o pé, é o chão,
é a marcha estradeira
Passarinho na mão,
pedra de atiradeira

É uma ave no céu,
é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte,
é um pedaço de pão

É o fundo do poço,
é o fim do caminho
No rosto o desgosto,
é um pouco sozinho

É um estrepe, é um prego,
é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando,
é uma conta, é um conto

É um peixe, é um gesto,
é uma prata brilhando
É a luz da manhã,
é o tijolo chegando

É a lenha, é o dia,
é o fim da picada
É a garrafa de cana,
o estilhaço na estrada

É o projeto da casa,
é o corpo na cama
É o carro enguiçado,
é a lama, é a lama

É um passo, é uma ponte,
é um sapo, é uma rã
É um resto de mato,
na luz da manhã

São as águas de março
fechando o verão
É a promessa de vida
no teu coração

É uma cobra, é um pau,
é João, é José
É um espinho na mão,
é um corte no pé

São as águas de março
fechando o verão,
É a promessa de vida
no teu coração

É pau, é pedra,
é o fim do caminho
É um resto de toco,
é um pouco sozinho

São as águas de março
fechando o verão,
É a promessa de vida
no teu coração

É um passo, é uma ponte,
é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte,
é uma febre terçã

São as águas de março
fechando o verão
É a promessa de vida
no teu coração

pau, pedra,
fim do caminho
resto de toco,
pouco sozinho (bis)

São as águas de março
fechando o verão
É a promessa de vida
no teu coração.
The Waters of March

A stick, a stone,
It's the end of the road,
It's the rest of a stump,
It's a little alone

It's a sliver of glass,
It is life, it's the sun,
It is night, it is death,
It's a trap, it's a gun

A pink plank of peroba
A knot in the wood,
A fox in the brush,
The song of a thrush

The wood of the wind,
A cliff, a fall,
A mysterious yearning
Or nothing at all

It's the wind blowing free,
It's the end of the slope,
It's a beam, it's a void,
It's a hunch, it's a hope

And the rain rains down
And the river bank talks
Of the promise of Spring
Of the joy in your heart.

The foot, the ground,
The flesh and the bone,
The beat of the road,
A slingshot's stone.

It's a bird in the sky
It's a bird in the bush
It's a buy, it's a gush.
It's a morsel of bread.

The bed of the well,
The end of the line,
Dismay in the face,
At a little pain.

A spear, a spike,
A point, a nail,
A drip, a drop,
A story, a tale

It`s a fish, it's a flash
In the soft shining light,
A truckload of bricks
At the end of the night.

It's a league, it's a day
The end of a bite,
It's a bottle of booze
And a thorn in the foot.

The plan of a house,
A body in bed,
And the car that got stuck
In the mud, it's the mud.

It's a step, it's a road,
It's a frog, it's a toad,
It's a bit of weed left
In the morning light.

And the waters of March
Say the summer's end,
Of the promise of life
Of the joy in your heart.

A snake, a stick,
It is John, it is Joe,
It's a thorn in your hand
and a cut in your toe

And the waters of March
Say the summer's end,
Of the promise of life
Of the joy in your heart.

It's a stick, it's a stone,
It's the end of the line
What remains of a touch,
Of a little pain.

And the waters of March
Say the summer's end,
Of the promise of life
Of the joy in your heart.

It's a step, it's a road,
It's a frog, it's a toad,
It's a sky clearing,
It's a fever breaking.

And the waters of March
Say the summer's end,
Of the promise of life
Of the joy in your heart.

Stick, stone,
End of the line,
Remains of a touch,
A little pain. (Repeat)

And the waters of March
Say the summer's end,
Of the promise of life
Of the joy in your heart.

*****
Mary Soderstrom’s blog Recreating Eden continues the themes of her books The Walkable City (2009), Green City: People, Nature & Urban Places (2007), and Recreating Eden: A Natural History of Botanical Gardens (2006). She has published several novels including The Violets of Usambara (2008). She lives in Montreal.

1 comment:

Mary Soderstrom said...

Glad you like the blog--and the song is really wonderful, não é?

Mary